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Os Riscos de Fazer
Piercings e Tatuagens
Não existe um perfil definido ou uma justificativa para o uso de tatuagens e
piercings. O que se sabe é que esses dois adornos do corpo conquistam a
simpatia de um número crescente de pessoas, transformando-se, muitas vezes, na
marca registrada de quem os usa. A atitude de tatuar o corpo ou de espalhar
brincos em partes não convencionais pode até revelar uma personalidade
destacada com um toque de rebeldia, determinação e jovialidade e, talvez ,
seja buscando isso mesmo que cada vez mais pessoas estão aderindo.O fato de
tatuar o corpo pode significar o desejo de traduzir alguma coisa que a pessoa
não sabe expressar em palavras, um desejo oculto. Entretanto, essa também pode
ser uma atitude sem segundas intenções, ditada apenas pelo modismo ou por um
apelo estético.O mesmo acontece com o uso do piercing. "É como escolher
um corte de cabelo, ou decidir usar roupas de determinado estilo. Para a maioria
das pessoas não há um significado expresso no ato de fazer piercing ou
tatuagem", explica.
A pessoa se expõe a riscos de contaminação por bactérias que causam
infecções como impetigo ou por vírus que causam doenças como a hepatite, a
Aids, a sífilis e muitas outras. Segundo o dermatologista Antônio Carlos
Martins Guedes, professor da Universidade Federal de Minas Gerais, o único caso
registrado, no mundo, de lepra transmitido por objeto aconteceu durante um
processo de tatuagem. A contaminação acontece porque os procedimentos nem
sempre são realizados em boas condições de higiene. Em muitos casos, agulhas
são reutilizadas e, como há sangramento da região que vai ser trabalhada,
até o dedo ou algodão utilizado para estancar o sangue pode transmitir
doenças.
Também podem surgir reações alérgicas e cicatrizes indesejáveis como as
queloideanas. E se a pessoa tem algum tipo de doenças dermatológica, como
psoríase, líquen plano, vitiligo e verrugas, estas podem aparecer nos locais
do trauma, como explica a dermatologista Maria Antonieta Rios Scherrer. Segundo
ela, a tatuagem também pode provocar um tipo de reação inflamatória, chamada
granuloma, ocasionada pela presença de corpos estranhos que penetram na pele
durante o ato de tatuar, ou pelo próprio pigmento introduzido.
Se a pessoa decide mesmo realizar o procedimento, a escolha do profissional e da
clínica deve ser consciente. Segundo o doutor Guedes devem ser evitados locais
que não tenham o selo de qualidade da Secretaria de Saúde. Esse documento é a
garantia de que o estabelecimento segue as condutas mínimas de higiene
recomendadas.
A escolha do profissional também é muito importante. "O resultado
imediato, tanto de piercings como de tatuagens é sempre muito bom. Entretanto,
a médio e longo prazo podem aparecer problemas e o profissional deve deixar
isso muito claro para quem se dispõe a realizar um desses dois
procedimentos", avalia.
Ele também ressalta que, no caso das chamadas "maquiagens
permanentes", feitas especialmente nos olhos ou nos lábios, o cuidado deve
ser ainda maior porque as chances de reversão são ainda menores que em outros
tipos de tatuagens. Isso sem falar que o risco de doenças é maior devido à
sensibilidade das regiões onde são feitas.
Tatuar o corpo significa introduzir pigmentos na derme. Quando isso acontece, a
presença desse corpo estranho (o pigmento) é logo sentida pelo organismo. Daí
o organismo tende a expulsá-la e o resultado é que, em vez de tatuagem, o que
fica é uma cicatriz. Segundo o doutor Guedes, não existe tratamento 100%
eficaz para a remoção de tatuagens quando se deseja ou necessita retirá-las.
Os dois profissionais afirmam que para retirar as tatuagens são necessários
métodos de abrasão (pequenas cirurgias) ou laser. Entretanto, a resposta
depende da cor dos pigmentos da tatuagem e do processo utilizado para fazê-la.
"Em geral, sempre fica alguma seqüela como cicatriz ou mancha",
lembra a dermatologista. "Alem do mais, as cirurgias são caras e demandam
equipamentos específicos, muitas vezes não disponíveis", completa.
Hemodiálise e
Risco Biológico
Cristiane
de Magalhães Rosa
A Hemodiálise trouxe muitos beneficios
para os pacientes com Insuficiência Renal Crônica (IRC) ou mesmo Aguda. Em
torno de 980.000 pacientes no mundo estão em terapia renal substitutiva sendo
que cerca de 865.000 em hemodiálise. No Brasil é estimado que 150.000
pacientes deveriam receber tratamento. Hoje são em torno de 50.000 pacientes
distribuídos em 540 clínicas, 45.000 em hemodiálise e 5.000 em diálise
peritoneal.
A hemodiálise em pacientes portadores de
IRC é um procedimento que manipula sangue 3 vezes por semana, durante cerca de
4 horas e num fluxo que varia entre 350 e 400 ml/min.
Os riscos para os profissionais de saúde
estão associados à punção de Fístula Arteriovenosa (FAV) onde é mais comum
espetar o dedo ao puncionar ou desprezar a agulha e espirrar sangue em olho e
boca pela alta pressão da FAV. Além disso sangue também pode espirrar ao
manipular cateter de dupla luz e durante o reprocessamento de dialisadores e
linhas de sangue onde existe a necessidade de lavagem e manipulação para
retirar coágulos, mais uma vez colocando o profissional em risco.
A prevalência de Hepatite B e HIV é
estável entre estes pacientes. A vacinação para hepatite B tem contribuído
para proteger o profissional e o paciente e tem uma boa adesão. Os
profissionais que não são vacinados ou não tiveram soroconversão, são
colocados em áreas de baixo risco. O nível de Anticorpos anti-HBs é
acompanhado periodicamente e, se necessário, já é feito booster da vacina,
independente de acidente. Os pacientes também são rastreados pois tem
dificuldade imunológica de manter níveis de anticorpos e freqüentemente
necessitam booster.
O maior risco para os profissionais de
saúde (PS) da hemodiálise é a alta prevalência de pacientes portadores de
anticorpos anti-hepatite C, que pode variar entre 5 e 70% dos pacientes de uma
clínica. Quanto maior o tempo do paciente no programa de diálise, maior sua
chance de ter tido contato com o vírus da hepatite C. Estima-se que 50% dos
pacientes em hemodiálise anti-HCV positivos, tenham infecção pelo vírus C (PCR
+).
O uso de equipamento de proteção
individual na diálise é fundamental para proteger o PS. Na sala é recomendado
o uso de avental plástico que pode ser sem manga (impermeável e descartável),
luva de procedimento, óculos e máscara ou protetor facial. Na sala de
reprocessamento é recomendado usar avental plástico de manga comprida
(impermeável e descartável), óculos e máscara ou protetor facial quando
estiver lavando o dialisador e linhas de sangue. A vacinação e o uso de EPI de maneira
segura e adequada são as principais formas de controle e proteção do PS.
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